sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Dicas e truques

Alguns efeitos interessantes podem ser obtidos utilizando objetos bem simples.

Estas fotos com a aranha saltadora (salticidae), foram feitas com um pequeno prato de vidro com água, uma pequena tina de sobremesa destas avermelhadas da Duralex e um pote azul vazio de sorvete.

No centro do prato com água, foi colocada a tina Duralex e embaixo do mesmo, apoiando-o, o pote azul de sorvete.

Algumas gotas de águas foram respingadas na parte inferior da beira do prato para dar maior plasticidade nas fotos, com o efeito de contorno azul do pote nas gotas.

A luz natural indireta e difusa vinda pela janela, estava a +ou- 90 graus no lado direito da cena.
Para preencher melhor a composição, utilizei o flash com baixa intensidade e com difusor leitoso
apenas para captar as zonas tonais do Duralex e do pote azul.

Ficam nas fotos iniciais, a impressão de céu do entardecer nas suas partes superiores, enquanto as gotas d'água nas partes inferiores "aliviam o calor gerado pelo suposto clima desértico".

Na última foto, a aranha se apoiou no vidro avermelhado, criando um efeito bem legal que passa a idéia de uma cena de desespero e sede num deserto escaldante.

Obs; No final do ensaio, a simpática visitante foi embora pela mesma janela de onde surgiu.







terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Homo sapiens chapadensis


E de repente, ao surgir das montanhas, o ar se renova e a neurose urbana fica na última estrada asfaltada. Ainda bem que neurose urbana não tem tração 4x4, e no dia que tiver, eu pessoalmente furo os seus quatro pneus!.

É incrível a sensação de paz que emerge quando vamos nos aproximando de uma grande área montanhosa, repleta de verde, rios e cachoeiras.
Acho que é ali, que guardamos a caixinha com os nossos genes matriciais.
Mas, por que será que nós não nos parecemos com mais nada encontrado na natureza?  Um cavalo-marinho camufla-se numa esponja, um macaco, na vegetação. Um tigre, com os capinzais, um gafanhoto, com uma folha, um camaleão pode mudar de cor, um leão confunde-se perfeitamente entre a vegetação rasteira das savanas. E nós?.
Darwin estava certo. A capacidade de adaptação das espécies é o principal fator que possibilita
a  evolução das mesmas. Mas fica em aberto a pergunta anterior!.

Muitas pessoas não conseguem mais se adaptar ao rojão das grandes metrópoles,  e assim, acabam buscando um estilo de vida mais light, mesmo algumas vezes  sacrificando o lado financeiro.
 A busca pela vida de qualidade (e não qualidade de vida), vêm atraindo a cada dia, pessoas de muitas partes do planeta.
Quando chegamos em locais mais esmos, podemos notar como  a integração do homem com a natureza, ainda se dá com equilíbrio, estabelecendo-se um regime quase simbiótico entre os dois.
Profissionais que se dedicam ao turismo ambiental ou eco-turismo, capacitam-se mais a cada dia, para trilhar um caminho onde  trabalho, prazer e preservação ambiental fundem-se num só contexto.

A exemplo dos guias da Chapada Diamantina, que nos presenteiam através de encontros marcantes com verdadeiras maravilhas naturais. Estes profissionais, conhecem profundamente os locais e sua história, além de terem noções suficientes de primeiros socorros e muitos falarem duas ou mais línguas. São cadastrados em associações locais que controlam e regulamentam as suas atividades.


Outros profissionais “auto-exilados”,  buscam o artesanato, a culinária, o ramo hoteleiro, dentre outros, como forma de sobrevivência num ambiente mais tranquilo.
Torna-se vital, respeitar os valores e costumes dos filhos da terra.
E assim uma nova geração vem surgindo, nascendo a aprendendo desde já,
a preservar aqueles locais, que ainda resguardam muitos santuários repletos de vida silvestre.







sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Beija-flores, colibris. Jóias voadoras.



Adoro beija-flores e colibris. Os considero, verdadeiras jóias voadoras.
Suas cores sempre vivas, e seu voo ágil, gracioso, e altamente controlável, fazem destes pequenos alados, seres muito especiais.

Num final de tarde, na área verde da pousada Casa da Roça em Ibicoara, Chapada Diamantina – BA, estava junto ao amigo Daniel (dono da pousada), sentado e observando algumas plantas em busca de algo interessante para fotografar. De repente, um som agudo e motorizado passa cortando o ar em direção às plantas floridas.

Ao olhar pro lado, vejo um pequeno beija-flor verde e furta cor, pairado no ar, enquanto se nutria do néctar de uma flor. Obviamente esqueci do mundo e fiquei focado no “helicópterozinho”. Lá estava eu, brigando contra o espaço e tempo, em busca do melhor ângulo, da melhor luz, e...o bicho se foi!!!.
Minutos depois ele voltou, e veio também um outro, com a plumagem peitoral branca. Finalmente comecei a fazer as fotos, não exigindo muito das condições oferecidas pela luz, background, DOF, ângulo, etc. “Perfeccionismo é uma zorra!”

Uma coisa que tenho aprendido na arte de fotografar natureza, é que nem sempre a dualidade, espaço e tempo, permite uma foto com os padrões técnicos ideais.
Alguns animais, em especial as aves mais ariscas, a depender das condições, devem ser registradas com a máquina quase toda (ou toda) em modo automático, ou o dilema quântico espaço e tempo, nos coloca no bolso de novo e tchau passarinho!.

No caso de beija-flores e colibris, a situação melhora um pouco, pois normalmente estes pássaros permitem uma certa aproximação e apesar de serem rápidos, podem proporcionar uma sessão de fotos muito interessante.

Fiz alguns registros legais, inclusive com foco, abertura e exposição manuais, quando fiquei imóvel por uns 40 minutos, criando uma certa confiança nos pequenos pássaros.

Utilizei uma DSLR Canon EOS7D com tele Canon EF 70-200mm f/2.8 L IS USM II e uma objetiva macro EF-100mm f/2.8 L IS USM. Ambas com variações de ISO entre 100 e 400.

Gavião Carijó - Rupornis (Buteo) magnirostris



Ainda de manhã, o telefone toca, e ao atendê-lo, minha esposa fala afoita e ansiosa.
- Adivinhe que bicho está aqui na minha sala?
Mais afoito e ansioso ainda, eu respondo:
- Qual? Qual? diga logo? um iguana? uma coruja? Um elefante!!!??? Um jegue!!!??? rsrsrsr...
- Não! Um gavião, acho que é filhote. O que eu faço?
Começa o dilema. Plena greve da polícia militar da Bahia. Uma onda de saques invade vários pontos da cidade. E a Entidade correta para se entregar animais silvestres está temporariamente inacessível. O CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres).
Telefono compulsivamente pra lá e nada pra ninguém!. Tento a Guarda Municipal e nada!, a Guarda Florestal e nada também! o IBAMA? Sem chance de contato!.
Ligo pro jardim zoológico, falo com o gerente e sou informado que o jardim zoológico não pode admitir animais silvestres, só o CETAS é quem tem autorização.

E agora? Bom, assumi uma postura pessoal e pedi que a minha esposa trouxesse para casa a ave de rapina. Fiquei com medo dela morrer por lá.

À noite, quando minha esposa chegou, trouxe uma caixa toda furada e ao logo abri-la, identifiquei a espécie.
Ôpa! É um filhote de gavião carijó. Vamos ter que abrigá-lo até consegui falar com o pessoal do CETAS o mais rápido possível!.

Nessa brincadeira, a greve foi se prolongando e o gavião foi ficando.


Fui orientado a alimentá-lo com pequenos pedacinhos de carne crua embebidas com pouca água.
Coloquei-o no quarto da minha filha, pois ela estava viajando.
 Se arrependimento matasse... huuum!!!!

O bicho praticamente pintou o quarto da minha filha. Uma pintura abstrata, meio surrealista sabe? Uma verdadeira “obra” de arte!. De onde vinha tanto cocô? Seria uma produção em grande escala industrial? Um bombardeio inimigo, uma usina radioativa? e as leis da física onde corpo, lugar e espaço se co-relacionam? Estavam todas corrompidas! Como vou limpar tudo isso? Não sei se ria, ou se chorava!. Sujou absolutamente tudo!. Pqp!!!!
Além do mais, quando entrava no quarto  levando a carne, o bicho voava na minha direção pra me atacar. Bastava ficar agachado e pegar no prato dele.
Chegou por duas vezes, a ferir um pouco a minha testa. Por sorte não atingiu meu olho!.
Interessante é que ele só olha no nosso olho!. E que olhar intimidador.
Depois, pacientemente, dia após dia, estabeleci algum contato melhor com ele. Mas não
me aproximei muito, afim de mantê-lo selvagem.


                                                           
                                                 Momento da soltura na mata do Parque de Pituaçú                          



A contrapartida valeu? Sim!. Pude fazer boas fotos e aprendi uma lição pro resto da vida:
Nunca leve pra casa um animal silvestre, principalmente uma ave de rapina em fase final de crescimento. Ainda mais se o abrigo for dentro de um apartamento.
Duas semanas depois, o carijó  já estava com a plumagem quase totalmente crescida, e finalmente o soltei no fundo do Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia, lá, ele alçou seu primeiro voo em direção à extensa mata que existe no local.

Missão cumprida!.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Aranha papa-mosca ou saltadora

Todo fotógrafo macro que se preza, já fotografou ou ainda irá fotografar uma aranha saltadora (familia salticidae).
Estas pequenas e graciosas criaturas, são quase um clichê quando falamos de macrofotografia de artrópodes.
Também não é pra menos. Olhares expressivos, movimentos ágeis e cores marcantes, fazem desta pequenina aranha, uma jóia errante aos olhos do fotógrafo.
 Lembro-me quando criança, que a minha avó as chamava de “merinho” (juro que um dia encontrarei o significado deste adjetivo). Talvez este termo, origine-se da palavra mirim.

 Certa vez, me atrevi a pegar uma dessas e recebi uma picada daquelas! Dói pra cacete! Meeesmo!!! Fiquei boa parte do dia com o dedo latejando. Por isso aviso aos marinheiros de primeira viagem; Não tente prender entre os dedos uma dessas jóias saltadoras.

Apesar de não nos causar grandes danos, as aranhas saltadoras são exímias caçadoras e ora ou outra podem ser vistas carregando suas presas ainda vivas, cravadas nas suas quelíceras,
agonizando sob o efeito da sua peçonha.




Fiz estes registros, com a objetiva Canon EF-100mm f/2.8 IS USM Macro. Para registros em close-up, uma excelente alternativa é a objetiva prime da Canon, a MP-E 65mm Macro.

Made in África

Para quem não sabe, a nossa lagartixa doméstica (Hemidactylus mabuia), conhecida também como briba, aquela, que à noite aparece na parede de casa ou do apartamento caçando insetos, é uma espécie africana.

Pesquisadores atribuem a chegada desses pequenos “geckos,”- família gekkonidae (pronuncia-se, geconide) às idas e vindas dos portugueses em suas caravelas.
Acretida-se, que nas cargas de madeiras, plantas e demais pertences, os pequenos lagartos foram desembarcados e aos poucos, durante a colonização, transeridos para várias regiões do país, onde ao passar dos séculos disseminou-se por quase todo o Brasil.

Esta lagartixa, tem hábitos noturnos, e possui capacidade mimética com variações razoáveis de coloração, de mais claro para mais escuro, sem grande alterações em suas cores.
Esta espécie, não tem pálpebras móveis e possui nos dedos, lamelas aderentes que permite
Aderências e superfícies mais lisas, inclusive vidros e paredes em ângulos negativos.



domingo, 25 de novembro de 2012

Vida de Inseto

                                                Formiga de asas e larva de vespinha - Chapada Diamantina - Ibicoara.

Este ponto branco na cabeça da formiga, é a larva de uma pequena vespa (Himenóptero) que se alimentava da cabeça da formiga.
A formiga apresenntava avançado estado de debilidade (vide antenas arqueadas para baixo).

Após a metamorfose, a pequena vespa segue sua jornada em voo.